Laranja Mêcanica | Anthony Burgess

Laranja Mecânica

Introdução Horrorshow de Fábio Fernandes

Horrorshow é assim que defino Laranja Mecânica de Anthony Burgess, porém, antes de falar um pouquinho dessa obra clássica e suas nuances é preciso falar da edição da editora Alpeh que saiu na frente e fez uma edição maravilhosa cheia de informações e um glossário fantástico da gíria Nadsat.

Começo pelo Prefácio que nos brinda com o Fábio Fernandes, tradutor dessa obra, traçando um panorama da vida e influencias de Anthony Burgees para escrever seus livros. Vale salientar que Burgees começou a carreira de escritor aos 39 anos e de forma alucinada representou muito bem.

Fábio Fernandes destaca, ainda, que Laranja Mecânica faz parte de uma trindade distópica que orientou e muito a ficção do século XX. Estão nessa lista 1984 de George Orwell e Admirável Mundo Novo de Aldous Huxley. Esse último já está na minha lista infinita de livros para leitura.

Aqui vou confessar o meu pecado. Eu não sabia da existência do livro Laranja Mecânica. Sim amigos, eu sei que cometi um grave erro e por isso mereço ler muito mais do leio. Castigo esse que farei com prazer. Descobri esse livro ouvindo um Podcast chamado Livrocast que recomendo.

A sorte é que eu não estou sozinho nessa. A maioria dos brasileiros conhece Laranja Mecânica por conta do filme de Kubrick que cá pra nós, também é uma obra prima.

Fábio Fernandes apresenta também notas sobre a tradução que durou cerca de nove meses. Uma obra como essa deve ter dado um trabalho de gente grande, afinal, é cheia de nuances e com uma narrativa que obriga o leitor entrar de cabeça. Uma narrativa horrorshow.

Fábio continua suas explicações como se deu a construção da linguagem nadsat. Vale muita a pena ler essa explicação e mais uma vez o tradutor foi horrorshow numa linguagem mais tranquila me senti preparado para a leitura do livro cuja sensação de estranhamento eu fui avisado.

Horrorshow Laranja Mecânica

Anthony Burgess dividiu a obra Horrorshow Laranja Mecânica em três fases sendo a primeira a da ultra violência na qual os jovens de maneira violenta atacavam as pessoas a esmos. Na segunda parte trata do tratamento Ludovico, ou seja, uma forma científica para curar a violência de Alex o anti-herói do livro. E na última fase a transformação de Alex após o tratamento científico.

A obra Horrorshow Laranja Mecânica foi escrita em primeira pessoa e o narrador, Alex, conta a história de sua gangue em orgias noturnas utilizando de violência, ou melhor, ultra violência. Para isso bebiam leite com drogas ou “leite-com” para potencializar a violência. Numa parte do livro Alex e sua gangue atacam um velhinho que estava vindo da biblioteca pública e o agridem de forma violenta e desnecessária.

Noutra ele encontra uma gangue rival a do Billyboy e a pancadaria começa sem motivos nenhum. Para Alex e sua gangue as brigas eram uma forma de extravasar e um sentimento comum. É como se nada tivesse acontecido após as brigas.

Numa dessas brigas ele entra numa casa e estupra a moradora e espanca o escritor F. Alexander autor de Laranja Mecânica. Pura pancadaria sem nenhum motivo. O seu prazer pela violência acabaria quando invadiu uma casa de uma velhinha e a mesma morre, no entanto, antes de morrer a velhinha havia chamado a polícia que chegou à residência logo em seguida.

Alex foi levado para uma prisão e lá pode concentrar toda sua raiva e violência, porém, ouviu falar de um novo tratamento que prometia cura-lo e devolve-lo a sociedade e pronto para viver em harmonia, no entanto, esse novo tratamento cerceava o direito de escolha. Vou parar por aqui, pois a sensação de estranhamento que o livro oferece é uma experiência fantástica. Vale a pena aproveitar.

DNA Horrorshow de Laranja Mecânica

A sensação de estranhamento do livro foi um dos pontos marcantes do livro, afinal, a linguagem utilizada e a violência desmedida dos jovens me fizeram acreditar que o livro foi escrito em pleno ano de 2015.

Não sou fã de narrativas em primeira pessoa, porém, nessa obra foi muito bem utilizada, pois a linguagem foi direta e objetiva. Tive a impressão que às vezes poderia participar da narrativa.

Apesar de o livro ter altos índices de violência acredito que o propósito de Burgees era causar um estranhamento, porém, nas entrelinhas percebi outra coisa além do ambiente violento.

Mas antes de opinar vale a pena falar um pouco sobre o título do livro que deixa qualquer um pensativo, afinal, O que diabos Laranja Mecânica têm a ver com a narrativa?

De todas as explicações que li a que mais me agradou foi a de que da palavra “orang” que é de origem Malaia onde Anthony Burgees viveu por vários anos. O significado de “orang” é pessoa e para o título ficaria algo como “O Homem de Mola” ou uma pessoa mecânica que não tem livre escolha. Vive de forma mecânica. Uma explicação Horrorshow.

Vale a pensa sacrificar a Liberdade de Pensamento?

Anthony Burgees Horrorshow

Anthony Burgess nasceu no dia 25 de fevereiro de 1917 em Manchester. Faleceu no dia 22 de novembro de 1993. Foi um escritor e crítico. A maioria das suas obras permaneceu no anonimato e Laranja Mecânica foi publicada em 1962 e o título original foi A Clockwork Orange.

O teor de suas obras, geralmente, trás sátiras e críticas sociais. E laranja mecânica não foi diferente. O aumento da violência no mundo capitalista e no mundo socialista foi essencial para construir essa obra, pois há uma junção na linguagem utilizada um inglês russificado.

Obra recomendada. Obra Horrorshow.

Compre na Amazon clicando na imagem

Laranja Mecânica

Editora ‏ : ‎ Editora Aleph; 3ª edição (20 junho 2019)
Idioma ‏ : ‎ Português
Capa comum ‏ : ‎ 288 páginas
ISBN-10 ‏ : ‎ 8576574462
ISBN-13 ‏ : ‎ 978-8576574460
Dimensões ‏ : ‎ 20.8 x 13.4 x 1.4 cm

Trailer