O Quinto elemento | Luc Besson

O quinto elemento

O Quinto Elemento – Uma Ópera Espacial Vibrante e Inesquecível

Lançado em 1997, “O Quinto Elemento” (“Le Cinquième Élément”), dirigido pelo visionário francês Luc Besson, permanece como um marco indelével na ficção científica cinematográfica. Mais do que um simples filme de ação futurista, é uma explosão de criatividade, uma ópera espacial que mescla aventura, comédia, romance e um visual deslumbrante de forma única e, por vezes, caótica, mas inegavelmente cativante. Besson, que começou a conceber a história ainda na adolescência, entrega um universo rico e excêntrico, povoado por personagens memoráveis e impulsionado por uma premissa que equilibra o destino cósmico com o toque humano.

A trama nos transporta para o século XXIII, um futuro vibrante e superpovoado, onde carros voam entre arranha-céus imponentes em Nova York. A cada cinco milênios, uma entidade cósmica conhecida como o Grande Mal ameaça consumir toda a vida no universo. A única defesa contra essa força avassaladora é uma arma ancestral, composta por quatro pedras que representam os elementos clássicos – água, terra, fogo e ar – e um quinto elemento, um ser supremo de pura energia vital. O destino da Terra, e talvez do universo, cai inesperadamente nas mãos de Korben Dallas (interpretado com o carisma cínico característico de Bruce Willis), um ex-major das forças especiais que agora leva uma vida monótona como motorista de táxi.

Sua rotina é estilhaçada quando Leeloo (Milla Jovovich, em uma atuação que a lançou ao estrelato), o próprio Quinto Elemento reencarnado em forma humana, literalmente despenca em seu táxi. Perseguida e falando uma língua divina incompreensível, Leeloo é a chave para ativar a arma e salvar o mundo. Juntos, Korben e Leeloo embarcam em uma corrida contra o tempo, enfrentando mercenários alienígenas (os Mangalores), a burocracia militar e, principalmente, o ardiloso e inescrupuloso industrialista Jean-Baptiste Emanuel Zorg (um Gary Oldman deliciosamente exagerado), que age a serviço do Grande Mal.

O que diferencia “O Quinto Elemento” é sua audácia visual e temática. Besson, auxiliado pelos lendários artistas de quadrinhos Jean Giraud (Moebius) e Jean-Claude Mézières, cria um futuro que é ao mesmo tempo familiar e fantasticamente estranho. A direção de arte é um triunfo, desde as ruas congestionadas de Nova York até o luxuoso e decadente cruzeiro espacial Fhloston Paradise. Os figurinos, desenhados pelo icônico estilista Jean-Paul Gaultier, são um espetáculo à parte, extravagantes, coloridos e perfeitamente integrados à estética over-the-top do filme. A paleta de cores vibrantes e o design imaginativo dos alienígenas e cenários contribuem para uma experiência imersiva e visualmente estimulante, que se destaca mesmo décadas após seu lançamento.

Além da ação e do espetáculo visual, o filme explora temas como o amor como força redentora – a conexão entre Korben e Leeloo é, em última análise, o catalisador que ativa a arma – e uma crítica sutil à capacidade humana para a destruição, vista através dos olhos inicialmente puros de Leeloo. O humor também é um componente essencial, personificado principalmente na figura de Ruby Rhod (Chris Tucker, em uma performance eletrizante e divisiva), o estridente e andrógino apresentador de rádio que acompanha os heróis em parte de sua jornada, proporcionando momentos de alívio cômico que beiram o absurdo.

Embora tenha dividido a crítica em sua estreia, sendo chamado por alguns de “o melhor e o pior blockbuster de verão de todos os tempos”, “O Quinto Elemento” conquistou o público e se tornou um sucesso financeiro global, consolidando-se como um filme cult. Sua mistura ousada de gêneros, seu ritmo frenético, seu design de produção inovador e seus personagens inesquecíveis garantem seu lugar como uma obra singular e influente. É um filme que celebra a imaginação sem limites, oferecendo uma aventura space opera divertida, emocionante e visualmente espetacular que continua a encantar e surpreender. Uma experiência cinematográfica que, como Leeloo, é verdadeiramente única.

Diretor Luc Besson

Luc Besson, nascido em Paris em 1959, é uma figura proeminente no cinema francês, conhecido por seu trabalho como diretor, roteirista e produtor. Curiosamente, sua paixão inicial era o mundo submarino, influenciado por seus pais instrutores de mergulho, mas um acidente o levou a seguir carreira no cinema. Ele começou a chamar a atenção nos anos 80 com filmes de forte apelo visual, como “Subway” e “Imensidão Azul”, este último refletindo sua conexão com o mar.

O reconhecimento internacional veio na década de 90, com obras que se tornaram marcos do cinema de ação e ficção científica, como “Nikita – Criada Para Matar”, o aclamado “O Profissional” e, claro, a ópera espacial “O Quinto Elemento”. Esses filmes ajudaram a definir seu estilo, muitas vezes associado ao “Cinéma du look”, caracterizado por uma estética visual marcante, cenas de ação bem coreografadas e protagonistas complexos, frequentemente mulheres fortes. Besson também se destaca por misturar gêneros em suas criações.

Além de dirigir, ele teve um papel fundamental na indústria cinematográfica francesa ao fundar a produtora EuropaCorp e ao idealizar a Cité du Cinéma, um grande complexo de estúdios perto de Paris. Sua vasta filmografia como roteirista e produtor inclui sucessos como as franquias “Taxi” e “Busca Implacável”, além de “Lucy” e a animação “Arthur e os Minimeus”. Em resumo, Luc Besson é um cineasta com uma assinatura visual distinta, responsável por levar o cinema francês a um público global e por impulsionar a produção cinematográfica em seu país.

AVALIAÇÃO DA IMDb

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