Uma obra fundamental da ficção científica latino-americana ganhou vida nas telas e concluiu sua primeira temporada na Netflix. “O Eternauta”, baseada na cultuada HQ argentina de Héctor Germán Oesterheld e Francisco Solano López, estreou no final de abril e levou para o público global a épica e sombria luta pela sobrevivência em meio a uma invasão alienígena.
Publicada originalmente entre 1957 e 1959, a história em quadrinhos tornou-se um marco cultural na Argentina e além. A trama acompanha Juan Salvo, um homem comum que, ao lado de um grupo de sobreviventes, enfrenta uma nevasca mortal e os terríveis “Cascarudos”, insetos gigantes controlados por misteriosos seres extraterrestres conhecidos como “Eles”. A narrativa, carregada de simbolismo político, é uma poderosa alegoria sobre resistência, coletividade e a luta contra a opressão — temas que ganharam ainda mais força durante a ditadura militar argentina.
Na série, o papel principal é vivido por Ricardo Darín, um dos mais respeitados atores da América Latina. Sua presença confere peso dramático à produção e foi celebrada pelos fãs da HQ, muitos dos quais aguardavam há décadas por uma adaptação digna do clássico.
Com o encerramento da primeira temporada, “O Eternauta” se consolida como uma das mais importantes adaptações da ficção científica sul-americana, mantendo a essência crítica e visionária da obra original. Agora, o mundo inteiro teve a chance de conhecer a história de Juan Salvo — e muitos já esperam por uma possível continuação.